Friday, October 11, 2013

Capítulo 1 - Sobrevivendo no Inferno!

Já era de manhã, um dia frio e nublado, aquele cheiro de comida exalava pelos corredores de um dos apartamentos do prédio. Dentro da casa, podia-se escutar o barulho do microondas apitando e avisando que a comida já estava pronta. Era um sanduíche, daqueles prontos que você compra em mercado, afinal, são feitos rapidamente e acho eles saborosos. Lembro-me que aproveitei bastante as últimas comidas que ainda não estavam vencidas, quanto mais dias passavam, menos comidas eu tinha, a não ser os enlatados. Como a energia havia acabado há tempos, ainda tinha alguns botijões de gás e fósforos para acender o fogão e fazer o meu precioso café. Coloquei o sanduíche em um prato e botei o café quente em um xícara, como de costume liguei o som em um volume baixo para não atraí-los. Naquela manhã parecia que eu estava em um jantar a luz de velas, sem energia e com as janelas fechadas elas eram a única fonte de luz que eu tinha alí dentro. Do lado de fora, podia-se perceber que as janelas do apartamento sempre ficavam fechadas e estavam fortemente fortificadas com pedaços de madeira, atrás da porta eu coloquei sofás e armários que impedia qualquer um de entrar. Eu me sentia seguro. Mas por quanto tempo? Bem, depois de meses, já havia chegado a hora em que eu precisava sair para me abastecer... além disso, eu estava morrendo de dor de cabeça.   Estoquei vários galões de águas onde eu usava cada um diariamente para consumo e higiene. Confie em mim, não é uma coisa boa tomar seu banho com uma quantidade limitada de água, sempre senti falta daquele chuveiro quente onde não precisava me preocupar e poderia passar até horas. Depois disto passei a dar mais valor nas coisas.   Tomei meu banho e vesti as roupas, coloquei algumas coisas necessárias dentro da mochila como ferramentas, comidas enlatadas, sinalizadores, rádio e uma lanterna. Não gostava de carregar muita coisa para não pesar demais. As armas sempre ficavam na cintura, um grande facão e um revólver calibre .38 com apenas algumas munições.     Quando aberta, a porta dava para um corredor com vários outros apartamentos e saídas de emergência, era um lugar fácil de se perder quando você não conhece o ambiente. Sangues e destroços que já permaneciam ali por vários dias tomavam conta das paredes e do chão, parecia que havia acontecido uma cachina naquele lugar. Respirei fundo e olhei para a saída logo a minha frente há poucos metros de mim. Era ali que eu tinha que ir, aliás, o único jeito de sair do prédio já que o elevador não estava funcionando. Já estive cara a cara com um daqueles podres e pude perceber que eles são atraídos pelos barulhos e não possuem uma visão muito boa. Então se você tentar disparar uma bala na cabeça de um é melhor estar preparado para correr ou vai ser devorado até os ossos. Eles andam em bando, a maioria nunca estão sozinhos e o pior lugar para você ir seria em lugares bastante visitados pelos humanos como shoppings e mercados. Caminhei lentamente até a porta de saída, sempre mantendo a atenção e olhando para todos os lados, torcendo para que não aparacesse nenhum daqueles na minha frente. Não vou dizer que não tinha medo nenhum, porém sempre tentava controlar os meus sentimentos para não fazer nenhuma cagada, não sou um cara fácil de ser derrotado e acredito que seja por isso que ainda continuo vivo.

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